Grupo Arco-Íris convoca para vigília contra homofobia no Exército

terça-feira, 17 de junho de 2008

O Grupo Arco-Íris de Cidadania LGBT está convocando uma vigília pela libertação imediata de Laci e Fernando e contra a homofobia no Exército, responsável pela prisão dos dois sargentos que se assumiram gays. Nesta sexta-feira, 20 de junho, a partir das 16h, os participantes do protesto vão partir da Praça da Igreja da Candelária até o Comando do Leste (Central do Brasil). Durante a caminhada será hasteada a bandeira do arco-íris, haverá distribuição de flores e velas acesas serão depositadas à frente do Comando do Leste do Exército Brasileiro.


Leia a nota oficial do Grupo Arco-Iris


Laci de Araujo e Fernando Alcântara são sargentos do Exército Brasileiro e são gays.

Em matéria de capa da Revista ÉPOCA (30/05/2008), eles assumiram que desde 1997, vivem uma relação amorosa. É o primeiro caso de militares da ativa do Exército Brasileiro que, além de assumirem ser homossexuais, admitem uma relação estável e, mais que isso, mostra a cara.

O casal participou de entrevista ao Programa Superpop, da Rede TV. Durante o programa, a Polícia do Exército, em operação fortemente armada, cercou o prédio, efetuando na madrugada do dia 05/06 a prisão do Sargento Laci, acusando-o de deserção.

Após a prisão de seu companheiro, o Sargento Fernando, vinha constantemente denunciando maus tratos, tortura física e psicológica praticadas na carceragem do Exército contra seu companheiro. Nesta última sexta-feira (13/06), o Sargento Fernando teve sua prisão decretada por oito dias.

O Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Humana de São Paulo, que acompanha desde o inicio a prisão dos militares, afirma que as acusações formuladas pelo Exército Brasileiro não passam de pretextos para encobrir o preconceito, a discriminação e a homofobia por parte das Forças Armadas Brasileiras, em razão do casal, ter assumido publicamente suas orientações sexuais.

Ressalta também que a prisão do casal é um verdadeiro atentado ao Estado Democrático de Direito, ferindo gravemente as liberdades individuais e de livre manifestação do pensamento, garantidas na Constituição Federal- Constituição Cidadã- que completa 20 anos no presente ano. As legislações e as práticas assumidas pelo Exército Brasileiro são frontalmente contrárias à Democracia vigente, demonstrando que esta Força Militar não superou o passado de intolerância e ditadura.

A alegação de deserção do Sargento Laci por parte do Exército é contestada pelo CONDEPE: "O sargento Laci não teria ficado oito dias desaparecido porque no dia 29 de maio ele compareceu a uma consulta com um médico do Exército no hospital da capital federal. De acordo com o psiquiatra Paulo Sampaio, que avaliou Araújo no dia 4 de junho, em São Paulo, antes da transferência para Brasília, o fato de o sargento ter comparecido dia 29 ao médico prova que o paciente não havia abandonado as Forças Armadas".

No que diz respeito à ausência do sargento Fernando de seu posto de trabalho, os seus superiores sabiam que ele estava em São Paulo dando assistência ao sargento Laci, portanto, tinham completo conhecimento de seu paradeiro e do motivo de sua ausência. E, por fim, querer que ele denunciasse ou delatasse o seu companheiro, está fora de qualquer Código de Ética ou Conduta Humana.

Apesar de contar com a atuação firme da Comissão de Acompanhamento do Senado Federal e da Frente Parlamentar Pela Cidadania GLBT, os militares continuam presos numa situação de grave violação aos Direitos Humanos.

Por esse motivo, o Grupo Arco-Íris de Cidadania LGBT e demais organizações LGBT e entidades de Direitos Humanos que queiram somar-se a essa luta, convida todas e todos a prestarem solidariedade ao casal e cobrarem do Exército e do Governo Federal a imediata soltura dos acusados e o fim das perseguições homofóbicas nas Forças Armadas na Vigília pela Libertação Imediata de Laci e Fernando e contra a homofobia no Exército.


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